sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Projeto Cacau Nativo da Engenharia Florestal é destaque no PRÊMIO TECNOLOGIA SOCIAL BANCO DO BRASIL



Prêmio Tecnologia Social FBB – Edição 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
Engenharia Florestal

MANEJO FLORESTAL COMUNITÁRIO DO CACAU NATIVO DO PURUS

Coordenador:         Professor ECIO RODRIGUES, Engenheiro Florestal, PhD
                                   Professor NEI BRAGA GOMES, Engenheiro Florestal, PhD
           
Ainda em 2007 os produtores extrativistas de cacau nativo localizados nas margens do Rio Purus, no trecho entre Sena Madureira no Acre e Lábrea no Amazonas, se depararam com um grande e especial desafio: a empresa alemã Hachez fechou um contrato de compra de todas as 9 toneladas produzidas e tinha demanda para 40 toneladas, desde que o cacau fosse nativo.
Ou seja, o desafio era quadruplicar a produção sem poder apelar para a solução usual da domesticação e do cultivo, pois o diferencial do chocolate produzido pela empresa era que a semente de cacau era selvagem, primitiva e original. Procuraram de imediato os pesquisadores da Engenharia Florestal da Ufac para ajudar a encontrar uma resposta.
Um estudo inicial de logística permitiu à equipe envolvida compreender todas as fases do processamento da semente de cacau nativo, desde a coleta na árvore até a semente seca que chega na Alemanha. Foi possível observar duas características principais.
Primeiro que todo processo produtivo era realizado com uma sequencia de atividades que poderiam ser melhoradas, com a introdução de inovações tecnológicas elementares e, segundo, que a semente de cacau para ser produzida com a qualidade que a empresa requeria exigia uma rotina de produção e disciplina rigorosas, definidas pelos tempos necessários a cada etapa do processo.
Ocorre que uma vez colhido o fruto tem que ser quebrado em até 5 dias. Uma vez quebrado a semente tem que ser fermentada em até 7 dias. Uma vez fermentada a semente tem que ser seca em até 40 dias. Após esse período é embalada em sacos de lona e embarcada em balsa que leva até 60 dias para chegar na Alemanha. Desvios nesses prazos estragam a semente e acarretam perdas irreparáveis.
A solução apontada pelos Engenheiros Florestais se orientou para a necessidade de se elaborar um Plano de Manejo Florestal Comunitário para o Cacau Nativo do Purus. Um documento que serviria a dois fins específicos: orientar os mais de 500 extrativistas associados à Cooperar a como proceder em todo processo produtivo empregando inovações tecnológicas, que permitiriam alcançar a produtividade demandada pela empresa; e possibilitar o licenciamento ambiental da atividade, junto aos órgãos de controle e monitoramento da produção florestal na Amazônia.
Mas para elaborar um documento com esse nível de exigências era preciso obter uma série de informações subsidiárias. Com apoio do CNPq foi possível conceber e executar projeto de pesquisa, encerrado em junho de 2010, que produziu 5 documentos essenciais: Mapeamento da dispersão do povoamento de cacau com Imagem de Satélite de média resolução, para saber onde havia cacau na margem do Purus; Inventário Florestal do cacau nativo, para saber a quantidade exata de pés de cacau existentes onde o mapeamento apontou sua ocorrência; Socioeconomia dos produtores, para aferir a importância do cacau na geração de emprego e renda junto aos produtores; e, o mais importante, Plano de Manejo Florestal Comunitário, que definiu um conjunto de 6 protocolos de manejo para ampliar a produção de cacau.
            Essa importante experiência acaba de ser CERTIFICADA como TECNOLOGIA SOCIAL e a partir de agora faz parte da REDE DE TECNOLOGIA SOCIAL o que auxilia, sobremaneira na captação de recursos financeiros para continuidade do projeto.
            A todos os envolvidos na execução do projeto os parabéns da Engenharia Florestal da Ufac.







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