Nos últimos 3 anos uma equipe de pesquisadores oriundos da Universidade
Federal do Acre, da Unesp e da Universidade de Freiburg, da Alemanha, se
envolveram no estudo das características sociais e econômicas presentes
na população de ribeirinhos do Rio Purus que se dedicam ao extrativismo
do cacau nativo.
Com apoio do CNPq, que em 2007 aprovou projeto com orçamento equivalente
a R$ 200.000,00, foi possível realizar um amplo processo de
levantamento estruturado em 6 estudos principais: mapeamento da
dispersão do cacau nativo com imagem de satélite, inventário florestal
da área de ocorrência, logística de produção da semente de cacau,
socio-economia da população extrativista envolvida na produção, genética
dos cacaueiros e, por último, teste dos protocolos de manejo.
Considerado um dos estudos de maior importância para entender a
realidade vivenciada no Purus, o estudo de socioeconomia procurou
dividir a população de acordo com as especificidades de cada trecho do
Purus.
Os novos indicadores, objeto de monografia de conclusão de curso
defendida pelo, agora, Engenheiro Florestal ZULMIRO FELIX DE AMORIM NETO
(foto ao lado: a partir da esquerda: Israell Melo, Aldenor Fernandes,
Zulmiro Felix e Ecio Rodrigues) mostram claramente que tal qual a imensa
diversidade biológica a realidade social e econômica também é diversa.
Como indica o título do estudo: SOCIOECONOMIA DOS MANEJADORES DE CACAU
NATIVO DO PURUS: DO SANTO ELIAS AO CANACURÍ, AMAZONAS, o cotidiano nesse
trecho do Purus apresentou surpresas que contrariam o senso comum: os
indicadores sociais e econômicos melhoram à medida que se afasta da
influencia dos maiores centros urbanos, como o do município de Boca do
Acre, por exemplo.
Todos esses estudos são subsidiários ao Plano de Manejo Florestal
Comunitário, documento que tem duas finalidades importantes: servir de
referencia para Cooperar gerenciar toda produção e chegar às 40
toneladas de cacau nativo demandadas; e, possibilitar o licenciamento
ambiental de toda cadeia produtiva do cacau nativo do Purus.
O Plano foi concluído e entregue à Cooperar em outubro último e
inicia-se agora uma nova e decisiva etapa para produção familiar do
cacau nativo do Purus, a de implementação do Plano.
Fonte: http://www.andiroba.org.br
O manejo do Cacau Nativo pelos extrativistas que habitam as margens do rio Purus, em Boca do Acre AM, adquire grande importância, na medida em que contribui para a geração de trabalho e renda na região e, por conseguinte, para a melhoria das condições sociais desses pequenos produtores. O manejo do cacau promove o uso sustentável da diversidade biológica existente no ecossistema florestal da Amazônia, uso este, por sua vez, que se apresenta como uma saída para a manutenção da floresta.
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